sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Vai ser um prazer voar convosco amanhã

Era uma vez uma menina pequenina que queria voar.

Tudo começou na chamada «Torre» aos domingos e nos dias em que o tio da menina chegava de uma ilha assim muito longe.

Então a menina convenceu-se que quando fosse grande queria ser piloto (piloto porque, como a menina aprendeu numa composição qualquer quando começou a escrever, à pessoa que conduz os aviões chamamos piloto e nunca pilôta porque isso é uma palavra feia que os meninos não dizem).

A menina cresceu e viu um filme sobre aviões com um actor muito giro chamado Tó Cruz (Tom Cruise para os amigos) e resolveu que afinal era daqueles que gostava. Mas não podia ser porque a menina já se tinha casado com os óculos (nessa altura horrorosamente suportados por uma fita para não caírem) e além disso as meninas não devem gostar dessas coisas, pensa lá em qualquer coisa mais apropriada (e a resposta era invariavelmente «não estás sempre a dizer que tenho a cabeça no ar? assim o resto do corpo também vai e fica como deve ser»).

A menina continuou a crescer e convenceu-se que aquilo que gostava era de livros, códigos, regras, leis, justiça. Formou-se em Direito como as meninas bonitas devem fazer e foi aturar gente parva que não sabe o significado nem a importância da Justiça.

Depois cansou-se e foi brincar aos mercados financeiros.

Mas todos os dias, em todo e cada dia da sua vida, não houve um único em que não olhasse para cima à espera de ver a poesia traduzida num objecto que pesa toneladas e mesmo assim é o mais rápido e eficaz do mundo (e quanto à menina também o mais bonito). A menina continuou sempre a olhar para o céu à procura de aviões ou de estrelas (por esta exacta ordem). E acaba sempre por ser no céu que se encontra a evasão-nos bons e nos maus momentos. Entre estrelas e aviões.

E amanhã é lá que vou estar: entre estrelas e aviões e a amar cada momento.



original by Sinatra

ps: para todos aqueles que me ouviram gozar com a possível queda do bebé:

-quando eu morrer era fixe que fosse num avião, para mim seria perfeito (pancadas...)e acreditem que não me ía queixar (o que não é desculpa para não pagarem a indemnização!ouviram senhores da tap?)
-os aviões não caem
-já tive a minha cota parte de acidentes quando estava num comboio que descarrilou porque bateu noutro e logo a seguir sofreu o embate de outro comboio (what are the odds?)
-os aviões não caem

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Godspeed to me!

Hoje foi um dia complicado. É triste quando a magia se perde e se percebe que o número de pessoas em quem podemos confiar é reduzido.É complicado ter de engolir rãs para não descer a níveis muito para lá do abismo. É triste perceber que vamos ver esse filme durante alguns meses.É ainda pior ter a noção que as nossas formas de protecção são reduzidas e que podemos cair na armadilha mais estúpida no segundo seguinte sem ver muito bem de onde veio.


Contudo é bom fechar os olhos e pensar que não é isso que nos vai perturbar quando se tem uma estratégia definida (keep it cool, neste caso frozen)e quando chegar o momento explode-se como em Hiroshima e acorda-se noutro local e fica tudo bem outra vez e se calhar o cheque no final até se torna mais apetitoso e tudo.

Entretanto olha-se para o calendário, ou para a agenda e há qualquer coisa que nos faz sorrir, um aniversário ou uma viagem próxima e pensa-se só:«este problema é mais teu do que meu».

Quanto a mim espero só que possas sorrir da mesma forma, sabendo que permaneces o meu equilíbrio preferido, que espero que onde quer que estejas, e com quem quer que estejas possas também ter um sorriso parecido,e nos momentos mais complicados penso em ti e na educação e extrema correcção e acabo sempre por leave out all the rest.


sexta-feira, 7 de agosto de 2009

de volta a casa -very real to me

É agora!a trade está settled e amanhã vou estar na minha cidade.

E é verdade aquilo que a música diz«é sempre a primeira vez, em cada regresso a casa».

E é verdade aquilo que penso sempre:«caramba, é bom estar de volta».

E é verdade: só me apetece voltar a casa e não percebo como foi possível estar longe tanto tempo.