quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

altamente recomendável

Recomendo vivamente um pulinho à cidade surpreendente, mais um dos tais blogs bem catitas, que por estes dias anda com umas fotos de tirar a respiração a quem aprecia um bom oceano na sua magnitude.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

mais uma piada deste governo

Este governo mata-nos a rir todos os dias.

Hoje o tio Sócrates quase me matou a rir quando fui ver o blog do meu primo Nuno (há dias assim, um blog bem catita).

Ele fala sobre o assunto com o conhecimento que lhe advém do facto de ser um dos potenciais prejudicados por esta maravilha desta medida.

Resumindo: tens o azar de viver em Vila de Rei, Proença-a-Nova,Mação ou Oleiros? Temos pena. Se precisares de recorrer às urgências prepara-te para pelo menos uns 30 ou 40 minutos de caminho (a menos, claro, que queiras desrespeitar o limite de velocidade e contribuir para o Orçamento de Estado com o valor da multinha).

Parece mais uma forma de querer reduzir a população do que outra coisa.

Depois venham-me falar de medidas para combater a desertificação do interior. Temos pena.

Nota: à autora deste blog cumpre esclarecer que nada tem contra o desrespeito do limite de velocidade desde que feito com consciência e concentração, o que não será o caso quando se tem alguém dentro do carro que precisa efectivamente de assistência médica e se está sob o efeito do consequente stress e nervosismo.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Tinhas razão

Na sequência do post de ontem,e de outros que por aqui já andam, devo esclarecer que para mim uma conversa inesquecível é aquela que vem repleta de sabedoria despida de arrogância, é aquela que vem com uma partilha que nos enriquece e em que o facto de não haver acordo não gera conflito, o desacordo enriquece a conversa.

Lembrei-me portanto de um desses pedaços de sabedoria. O tema era precisamente a amizade e a sua vulnerabilidade. A sua volatilidade aos elementos e às circunstâncias.
A pobre criança que assina este texto discordava em género número e grau do que estava a ouvir. Uma grande amizade seria sempre uma grande amizade. E ponto final. E apresentava grandes argumentos, baseados na sua própria experiência, para dizer que não seria bem assim e que aquilo era uma visão muito pessimista.

Claro que esta conversa já conta com uns aninhos.

Como é que dizia aquele senhor do empirismo?«o saber de experiência feito?»Vénia e brinde para isso.

O tempo passou e só posso dar o braço a torcer para dizer: TINHAS RAZÃO.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

cada lugar teu...

Hoje um amigo meu muito especial faz anos.Este meu amigo proporcionou-me o meu melhor aniversário de sempre, aquele que vou recordar para sempre com muito mas mesmo muito carinho.

Foi um dia extraordinário porque o partilhei com ele.

Com ele partilhei momentos absolutamente extraordinários. Qualquer lugar era bom para uma conversa óptima, sempre em registo de diálogo, qualquer hora, qualquer cidade.

Mostrou-me que havia mais 500 razões para amar a cidade que eu já amava.

É estranho mas lembro-me do momento exacto em que o conheci, ele estava debruçado na varanda, onde mais tarde teríamos algumas das conversas mais inesquecíveis que tive. Muito contente porque tinha acabado de acabar o curso.

Quando conheço alguém e a mente fica limpa, sem pensar em nada, sei que a coisa promete. Foi o que aconteceu.

Depois disso apresentou-me a cidade dele (ou será a minha?)num registo muito íntimo e muito dele. Era descer a rua e ser alertada para um pormenor, uma perspectiva, e de repente ficar estupefacta com tanta beleza. Era contarem-me uma história e sentir-me quase uma intrusa. E a temperar tudo isso um sentimento muito portuense, quase british.

Enfim...há algo melhor que momentos? Lembro-me de sentir o vento na cara, o carro conduzido por ele-porque se fosse eu, ele morria de medo. A música a tocar no rádio ao mesmo tempo que o sol se punha e eu voava. Lembro-me dessa tarde, fantástica, da paisagem e da ponte. Lembro-me também da noite, claro. A explicar pela enésima vez que não éramos namorados, até desistir, e dizer que sim que éramos, claro. Noivos, mesmo.Lembro-me de um mágico qualquer a fazer truques a horas muito tardias. Lembro-me também daquele restaurante com vista para o que Lisboa tem de melhor com velas e fado.

Lembro-me principalmente de me dares a conhecer cada lugar teu, na tua cidade que é também a minha porque eu assim o quero.Da banda sonora ideal, escolhida por ti, claro. Dos sítios que são meus porque também são teus. Hoje apetece-me só dar-te os parabéns e agradecer-te por tantos momentos e tão bons.





«e uma asa voa...(...)esta noite eu sou dona do céu, e eu não sei quem te perdeu...»

Pois...

Essa querida que atende pelo nome de Leonor Cipriano voltou a fazer das suas.

Este é um dos muito reduzidos casos em que valeu a pena ter um tribunal de júri. Um tribunal de júri é um tribunal colectivo onde estão presentes 3 juízes formados em Direito, que estudaram arduamente para ocupar aquele cargo e que sabem a diferença entre Justiça e Vingança. Ainda que muitas vezes a Justiça nos pareça branda (a nós e a eles), ainda assim os Juízes cumprem a sua árdua tarefa orientados pelos valores que lhes foram incutidos-pela vida e pelo estudo.

Neste tribunal estão também meia dúzia de civis que nada percebem de Direito(nem têm de perceber) e que são postos ali a avaliar a vida alheia sem estarem minimamente avalizados para o fazer. Claro que uma Justiça pensada nestes moldes têm tudo para degenerar-lógico.

Apesar de achar piada à «revenge, sweet revenge»(até desliza pela boca-revenge-parece que estamos a comer framboesas) não me parece que o tribunal seja o local ideal para a exercer.«-Olhei para a cara dele e vi logo que era culpado», «Então mas havia provas?»«-Quais provas? Era culpado, estava escrito na carinha dele». É mais ou menos isto. E sempre será melhor um culpado na rua que um só inocente lá dentro.

Anyway, tudo isto para dizer que fora a doce Leonor julgada num tribunal colectivo e não teria condenada por força da falta de provas indubitáveis acerca da sua culpa.In dubio pro reo.

No caso da Leonorzinha o que existe não são provas que não deixam margens para dúvidas mas sim uma quantidade enorme de indícios muito, muito, muito fortes. Prova=demonstração óbvia e clara de algo,incontestável. Indício= leva a crer em determinado facto mas não o prova,não demonstra que ele aconteceu mesmo.

Por exemplo, temos sangue humano nas paredes e no frigorífico com um determinado ADN mas não podemos dizer, só por isso, que ali existiu um homicídio.

Uma incongruência,uma mentira, um detalhe solto,(ou vários e todos ao mesmo tempo) não provam nada,mas lá que indiciam...lá isso...

Ainda bem, portanto que foi um tribunal de júri a julgar este caso e a dar os devidos ouvidos à investigação da PJ.

A senhora começou por ir chorar para a Fátima Lopes (o que me faz lembrar aqueles de Penafiel que bradavam aos céus com saudades da filha «raptada», e tinham 2 filhos entregues a outras pessoas porque eram negligentes, e quando a filha finalmente volta eles optam por ir à Fátima Lopes em vez de ir buscar a filha de quem tinham tantas saudades e não viam desde que ela tinha desaparecido da maternidade, adiando assim a entrega por mais 2 dias, caramba! deviam estar a morrer de desgosto).

Depois do teatrinho na tv e de ter sido detida começaram os boatos. Tão inacreditáveis que por não estarem provados não os vou reproduzir. Qualquer coisa a fazer lembrar os Maias mas em muito muito mau.

A doce Leonor sempre negou, não apenas que tivesse morto a filha,mas a morte da filha de todo em todo.

Eis que agora mudou de ideias e pelo que parece ninguém lhe bateu:

http://noticias.sapo.pt/info/artigo/908798.html

Pois....

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

look into my eyes

Numa guerra onde já se perdeu a noção de quem são os bons e os maus mas em que todos os dias nos chegam imagens novas e todas terríveis.

Não sei dizer por que lado tomo partido porque ambos tem a sua razão e as suas razões. De um lado um povo ferido pelos piores crimes contra a humanidade durante os piores períodos da História. Do outro um povo que só conhece a sua terra como sendo apenas sua.Pelos vistos a religião apoia ambos os lados(não podemos simples simplesmente dar as mãos e aceitar Maomé, Jesus, Deus, Buda e os outros Deuses todos como representando apenas uma e a mesma vontade?-ter paz na terra entre os seres por eles criados?)

De qualquer forma, só por hoje, gostava de acordar sem notícias sobre a Faixa de Gaza.

Deixo aqui uma música cujo refrão sempre me pareceu feito para mim (a mania da adaptação de toda a música para a minha pessoa) e o meu percurso na FDL mas que ganha hoje o seu real sentido, traduzida por mim para evitar as traições próprias dos tradutores:

Look Into my Eyes
(olha para os meus olhos)

Look into my eyes
Tell me what you see
(Olha para os meus olhos e diz-me o que vês)

You don't see a damn thing
'cause you can't relate to me
(Não consegues ver merda nenhuma porque não te consegues identificar comigo)

You're blinded by our differences
My life makes no sense to you
(Estás cego pelas nossas diferenças e a minha vida não faz sentido nenhum para ti)


I'm the persecuted one
You're the red, white and blue
(Eu sou o perseguido, tu o vermelho, branco e azul-americano)

Each day you wake in tranquility
No fears to cross your eyes
(Todos os dias acordas cheio de tranquilidade, não há medos a atravessar o teu olhar)
Each day I wake in gratitude
Thanking God He let me rise
(Cada dia acordo cheio de gratidão agradecendo a Deus o facto de Ele me ter deixado levantar)
You worry about your education
And the bills you have to pay
(Preocupas-te com a tua educação e as contas que tens de pagar)
I worry about my vulnerable life
And if I'll survive another day
(Eu preocupo-me com a minha vida, tão vulnerável ,e se vou sobreviver a mais um dia)
Your biggest fear is getting a ticket
As you cruise your Cadillac
(O teu maior medo é apanhar uma multa enquanto conduzes o teu Cadillac)
My fear is that the tank that has just left
Will turn around and come back
(O meu é que o tanque que acabou de sair daqui dê meia volta e regresse aqui).

Yet, do you know the truth of where your money goes?
Do you let the media deceive your mind?
Is this a truth nobody, nobody, nobody knows?
Has our world gone all blind?

Yet, do you know the truth of where your money goes?
(Ainda assim, sabes a verdade sobre para onde vai o teu dinheiro?)
Do you let the media deceive your mind?
(Ou deixas que os media enganem a tua mente?)
Is this a truth nobody, nobody, nobody knows?
Someone tell me ...
(Será esta uma verdade que ninguém, ninguém, ninguém sabe?Alguém me diga...)

Ooohh, let's not cry tonight
(Não vamos chorar esta noite)
I promise you one day it's through
(Prometo-vos que um dia vai acabar
Ohh my brothers, Ohh my sisters
(Meus irmãos, minhas irmãs)
Ooohh, shine a light for every soul that ain't with us no more
(Acendamos uma vela por cada alma que já não está connosco)
Ohh my brothers, Ohh my sisters
(Meus irmãos e minha irmãs)

See I've known terror for quite some time
57 years so cruel
(Conheço o terror há algum tempo, 57 anos tão cruéis)
Terror breathes the air I breathe
It's the checkpoint on my way to school
(O terror respira o mesmo ar que eu, é o posto de controlo no caminho para a escola)
Terror is the robbery of my land
And the torture of my mother
(O terror é a pilhagem da minha terra, a tortura da minha mãe)
The imprisonment of my innocent father
The bullet in my baby brother
(A prisão do meu pai, a bala no meu irmão mais novo)
The bulldozers and the tanks
The gases and the guns
(Os bulldozers e os tanques, o gás e as armas)
The bombs that fall outside my door
All due to your funds
(As bombas que caem na minha porta, tudo devido aos vossos Fundos)
You blame me for defending myself
Against the ways of my enemies
(Culpam-me por me defender dos modos dos meus inimigos)
I'm terrorized in my own land (what)
And I'm the terrorist?
(Sou atemorizado na minha terra e sou eu o terrorista?!)

Yet, do you know the truth of where your money goes?
Do you let the media deceive your mind?
Is this a truth nobody, nobody, nobody knows?
Has our world gone all blind?
(Ainda assim sabes a verdade sobre para onde vai o teu dinheiro? ou deixas que os media te enganem?
será esta uma verdade que ninguém sabe?
será que todo o nosso mundo ficou cego?)

Yet, do you know the truth of where your money goes?
Do you let the media deceive your mind?
Is this a truth nobody, nobody, nobody knows?
Someone tell me ...

Ooohh, let's not cry tonight, I promise you one day it's through
Ohh my brothers, Ohh my sisters,
Ooohh, shine a light for every soul that ain't with us no more
Ohh my brothers, Ohh my sisters,
(Não vamos chorar esta noite, prometo que um dia isto acaba, acendamos uma vela por cada alma que já não está entre nós)

American , do you realize that the taxes that you pay
(Americano, será que percebes que os impostos que pagas
Feed the forces that traumatize my every living day
(Alimentam as forças que traumatizam o meu dia-a-dia?)
So if I won't be here tomorrow
It's written in my fate
(Por isso, se eu não estiver aqui amanhã está escrito no meu destino)
May the future bring a brighter day
The end of our wait
(Que o futuro traga um dia melhor, o fim da nossa espera!)

Ooohh, let's not cry tonight, I promise you one day it's through
Ohh my brothers, Ohh my sisters,
Ooohh, shine a light for every soul that ain't with us no more
Ohh my brothers, Ohh my sisters,

Ohh let's not cry tonight I promise you one day is through
Ohh my brothers! Ohh my sisters!
Ooh shine a light for every soul that ain't with us no more
Ohh my brothers! Ohh my sisters


quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

«to make it count»

A perspicácia. O malabarismo sentimental. As horas de volta do computador para encontrar o que está à distância de um telefonema. Olhar para ele pela primeira vez e pensar:«uau, é este e é meu!». Pegar na chave e conduzi-lo como se estivesse num daqueles meus encontros que acabam de madrugada com duches de água quente. O monólogo da descoberta. Aprender a tratar dele (gasolina e pressão nos pneus e a água para limpar os vidros e os acessórios todos).

Os dias de revolta silenciosa. O bolo de chocolate acabado de fazer acompanhado de técnicas de interrogatório ao melhor estilo causídico. O querer seguir as regras e ter uma rasteira pregada pelo outro lado. O jogo de xadrez que não acontece. O golo que não se marca. «I never really wanted you anyway». Ana Bolena ibérica sem a passagem pela Torre de Londres « tua namorada não posso ser e a outra não serei».

O amigo de todos as horas com direito a benefícios. Sem mentiras, sem pretensões a tocar nas estrelas mais tempo do que o necessário. Um certo bar manhoso e por isso o paradoxo do momento.Frank Sinatra. Karaoke. New York, New York com a melhor interpretação que eu já ouvi,(e ouvirei durante muito tempo). Vinho do Porto, muito Vinho do Porto (Porto para mim, whisky para ti).Análise de um certo ambiente assim...sui generis. Gotas de água quente a caírem-me pela cabeça abaixo às 5 da manhã com a pressão ideal.Carro. Conduzir. Festa logo à noite.É uma pena que Fevereiro tenha de acabar.

Garrafas de cerveja por todo o lado. A minha máquina a captar expressões.O vídeo que vou ver à exaustão sempre que me chatear durante as próximas semanas. Trocas de nomes que deixam pistas sobre momentos protegidos num futuro tão próximo. Cassiopeia-é a minha constelação preferida. Órion. Uau, que céu tão estrelado.Se calhar devia levantar-me.Sou convidada a permanecer e é isso mesmo que faço. Um beijo no pescoço faz-me viajar 350 kms. Barulho lá fora. Acho que estão bater na porta. Acho que estão a bater na janela. Este cigarro está a saber-me pela vida. Adoro adormecer assim. Adoro acordar assim.

Adrenalina como anestesia. Ideia marinada desde novembro e prestes a ser concretizada. Escolho o tamanho.Deito-me na maca. Vejo agulhas, bolas, alicates. Spray frio. Respiro fundo.Alicate na pele. A minha carne a receber um objecto estranho. Vai ficar cá muito tempo. Parece tortura chinesa aos outros mas para mim é lindo.Onde é que vou fazer o próximo?

A primeira viagem de tantos quilómetros sem gritos nem gritinhos nem instruções que me colocam muito mais em risco do que a velocidade que possa ser pratica na ARC airlines.O abraço depois de tanto tempo sem vir cá. Deus! Como é bom. Adorava viver aqui. Adorava poder brincar às famílias sempre que me apetecesse.

Pronúncia do norte. Curvas bem feitas. A carrinha voa. Estamos a chegar. A carrinha abranda. Batemos no muro. Ironia-enquanto estávamos a andar rápido não aconteceu nada, agora que estávamos a pisar ovos toma lá.Silêncio. A minha prima pede-me que explique o que aconteceu.Não sei explicar.

Uma boa pizza e vinho verde e café e uma conversa fluída. Quem disse que uma boa amizade não pode começar pelo fim enganou-se.

A paisagem é linda. Mágica. A água está tão fria! Mas as cores! Verde e água por todo o lado. Será esta a mesma serra que me habituei a ouvir criticar durante tanto tempo? Casais por todo o lado. São mesmo irritantezinhos. Última foto, perspectiva picada. Podia ser melhor mas não a apago. Joelho dorido. Pulso arranhado. Fdx! Outra queda. A minha máquina partida. Viajo outra vez 50 kms em 3 segundos. Estranha mania esta de me lembrar sempre de ti nestas ocasiões,mas se estivesses aqui eu não teria caído.E mesmo que me aleijasse eras sempre tão...tu! Levanto-me e continuo a descer. Entro no carro. Não me vou lembrar mais de ti hoje.

Dor na alma. Tão profunda e tão ridícula. Mas o que é que me dói? Não sei, mas sei qual é o antídoto. Bairro alto. Boa companhia. Serenata improvisada. Primeira multa.Alguns Portos. Perguntam-me qual a natureza da minha relação com o meu antídoto preferido. Fraternal, claro. E não estou a mentir. Máquina? Qual máquina?

Into the wild. Em livro e em filme e em banda sonora. Um dos melhores filmes do ano. Ainda que não perceba se aquele rapaz tinha uma coragem imensa ou era simplesmente louco ou se andava a fumar alguma coisa estragada. As pessoas cansam. Por muito que gostemos delas.Compreendo a cena dele.

Gente, muita gente, cerveja da praxe e de repente viajo até até casa em 3 segundos. Expensive Soul interpretam Porto Sentido. É mesmo isto. Não há mais sítio nenhum do mundo onde preferisse estar. Always. Ao vivo. O bilhete valeu cada cêntimo. Como todos os momentos de magia o fogo-de-artifício anuncia o final.

Um pôr-do-sol. Amêndoa amarga. A beleza no seu melhor estado. Uau. Como é que pode haver tanta tensão num ambiente tão bonito? Por vezes as pessoas são mesmo assim. As pessoas mudam. Consolido a ideia que tal como eu tenho as minhas viagens mentais também as pessoas em geral fazem viagens para outros «lados». Corpos passam a ser ocupados por outros seres. E a pessoa de quem gostávamos vai-se embora. E ponto. Nada de dramático nisto. Mas é triste, muito triste quando acontece. Ou quando percebemos que um determinado sentimento não é recíproco. Quando temos um sentimento que, pensamos, está a ser consolidado, construído como as grandes catedrais e depois percebemos que não passamos de uma acção na Bolsa. E pelos vistos não somos uma acção lá muito bem cotada nem em que valha a pena investir. Foi um ano complicado para a Bolsa de Valores.

Chávena de café. Palavras breves. THE END. Game over. A velha técnica de virar o bico ao prego-odeio. Quando tenho razão, tenho razão. Não tentem convercer-me do contrário. Não peguem num comportamento qualquer meu para justificar faltas de respeito. Actions speak louder than words.

Ver o amor a nascer, ou a afeição revestida de paixão. Principalmente quando a pessoa que está feliz nos é tão próxima e tão cara. Adoro.

Hospitais. Brancos. Montes de azulejos. Se os utentes não entrarem malucos ficam rapidamente.Olhares perdidos. Recuso pensar nas vidas daquelas pessoas. É tão fácil passar para este lado. Uma enfermeira vem acompanhada.«Se precisar de alguma coisa grite». Grito pois. Grito agora, se ainda for a tempo, mas fiz o meu trabalho, ainda que a minha consciência pessoal me diga que não o devia ter feito a profissional dorme lindamente.

Os anos passam mas há coisas que permanecem e que já temos como certas. Durante este ano alguém me explicou que uma ralação, aliás, relação amorosa apresenta um sinal muito claro de potencial quando nos sentimos tão à vontade com determinada pessoa que é como se ela fosse da família, tipo pais ou irmãos.Acho que se aplica o mesmo à amizade.Ao fim de uma década de convivência os altos e baixos são inevitáveis. Mas mais uma vez, as pessoas não são acções. Quem pensasse assim não está hoje aqui sentado(a).Ainda assim confesso que sinto a falta dela. Da alegria e do ímpeto. Das noites de copos e dos almoços de Natal. Das tardes a andar de patins. De como não julgava ninguém. Das sessões de fotos.

Adoro estas tardes. Gostava de me pôr aqui a falar contigo sobre tudo e mais alguma coisa. Sobre livros e momentos e viagens. Mas tu não lês os mesmos livros que eu (pergunto se lês, de todo) e os sítios onde foste, eu não conheço (ainda assim ficaria horas a ouvir-te falar, garanto). Tens um imenso pudor (será essa a palavra certa?ou será receio?) em ser um pouco mais simpático comigo, ou cordial. Presumo que tenhas medo que te interprete mal e comece a construir castelos no ar. Mais uma vez faço 350 kms em 3 segundos, aos tempos em que não havia esses receios, lembro-me que são pessoas diferentes e formas diferentes de estar e de que existe entre os dois uma diferença basilar e começo a pensar em ir embora. Olho para ti, acho que também não estás cá, pareces-me adormecido. Adoro estas tardes, não há mais sítio nenhum onde me apeteça mais estar, nem sequer a 350 kms. Agora é que me levanto mesmo. Ouço-te dizer para ficar mais um bocadinho mas finjo não ouvir, estou a gostar demasiado de estar aqui.


2008 foi assim, um ano cheio de emoções. Cheio de coisas boas e novas responsabilidades. Cheio de momentos e snapshots. Foi também um ano de perdas, até ao último dia, até ao último minuto. Foi um filtro, por vezes estes filtros são necessários. Perceber quem fica, quem vai. Quem permanece mas só em determinada medida. Quem gosta mesmo de nós e quem nos respeita-ambos, porque podem gostar muito de nós e no último minuto demonstrar a maior falta de respeito. Perceber que tipo de ser humano somos e qual o que queremos ser, e se estamos no bom caminho. Acho que não me estou a safar mal.2008 foi um ano em que cada minuto contou.

Para 2009 o meu objectivo é mesmo esse:«to make it count».