quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Epifanias II

Hoje acordei assim...com um piscar de olhos para a nostalgia.

Epifania do dia? «A vida sempre continua...». É verdade e é incontornável.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Epifanias

«Sabes como são os advogados...» Sabia, sabia exactamente como eram e também sabia que não queria ser assim.

Os advogados que conhecera na infância nada tinham a ver com os seres arrogantes e prepotentes com que se cruzara agora.Lado humano? Interesse em resolver a questão? (porque tal como diz uma grande amiga minha «we are problem solvers»)Atender o telefone quando ele toca? Nada disso!Aliás...o que raios quer isso dizer?

Deu por si a recordar a primeira tarefa como estagiária, uma treta qualquer, uma consulta extremamente fácil a um processo qualquer.Quer dizer...fácil agora que já sabia como se fazia porque na altura foi o pânico no seu melhor.

Saiu do tribunal com a perfeita consciência que não tinha nascido para aquilo.

Também ninguém lhe explicara nada. «Vá lá ver isto» e ponto. De repente dois calhamaços à frente e agora resolva-se. E claro, o Drª no final.«Drª?, o nome é Ana! E prefiro mil vezes respeito verdadeiro a formalidades hipócritas».

Foi um bom sintoma que a brincadeira não ía, nem podia, durar muito tempo.

Sentou-se à frente do computador e alterou o currículo,mas desta vez para alguma coisa que valesse mesmo a pena.

Brincar aos estagiários? Sim...como se brinca aos cursos de inglês,e de informática, e de cerâmica.

Acabar o estágio porque, neste caso, desistir não é uma prova de força ou de inteligência táctica mas sim uma parvoíce.

Então vamos acabar isto e depois brincar a outra coisa. Parabéns Marinho Pinto! Menos uma!

sábado, 25 de outubro de 2008

Como uma estrela

Há momentos únicos que só partilhamos com quem gostamos mais.

Há momentos únicos como deitar-me no asfalto e ficar a contemplar o céu.Tenho montes deles na minha colecção. A maior parte deles foram partilhados com a minha prima (blood is thicker than bondles).

Antes de sairmos havia uma rua que ía dar a uma igreja, um miradouro, ali ficávamos a ver o céu, as estrelas,e numa boa noite de verão até tínhamos direito a estrelas cadentes.

Hoje lembrei-me desses momentos. Depois de uma ida a Sintra não resisti a deitar-me no chão e lembrar-me desses Verões. Conversas e momentos perdidos no tempo e na memória que persiste dentro de mim.

Hoje a prima de uma grande amiga minha que se tornou também uma amiga está a atravessar um momento difícil. Impossível não me lembrar das duas.

Da minha prima que eu amo e também desta minha amiga com quem estou poucas vezes mas quando estou...é sempre...COMO UMA ESTRELA BRILHANTE, QUE SÓ BRILHA QUANDO QUER, PROMETE ESTRELA VAIS BRILHAR QUANDO EU NÃO ESTIVER!

Vai correr tudo bem, tenho a certeza!


quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Trata da indecência

Há coisas que me tiram do sério, verdadeiramente. Dá-me logo vontade de armar a senhora de cama incerta.

Estava eu muito bem sentada a anestesiar o cérebro quando dou de caras com uma notícia que me pareceu absurda.

Como em tantas outras coisas da minha existência a culpa foi minha, já devia saber que não devo ver a CNN depois de determinada hora. Mas não. A Aninhas tinha de ir ver a CNN e querer saber o que se passa no mundo. Bem feita.

Começo por fazer referência ao canal para que mais ninguém caia no mesmo erro que eu:«ai que piada tão gira! mas fogo! não deviam brincar com isto, mas espera! isto é um canal sério, a notícia também deve ser»

A notícia que me deixou estupefacta foi o facto de a Índia, sim, a Índia, estar prestes a fazer um lançamento de um satélite lunar. Custo da brincadeira? 79 milhões de dólares.

Claro que os senhores têm todo o direito a fazer a exploração espacial que quiserem, qualquer nação soberana ou nem por isso tem o mesmo direito.Não é a iniciativa que me choca, é proveniência.

A Índia acordou uma bela manhã e resolveu ser uma super potência em todas as frentes, e já são, em muitos campos. Avanços espantosos ao nível da medicina. Engenheiros fantásticos, altamente disciplinados e inteligentes. São um dos principais exportadores de «cérebros» para os Estados Unidos da América.

Mas caramba... São também um país com diferenças abissais entre os seus habitantes (herança do sistema de castas que persiste ainda, mas só isso não me serve para ir dormir mais descansada). A miséria marca presença constante e bem visível em qualquer das suas cidades.

Vai daí o que faz o governo? Cria programas de desenvolvimento para apoiar a população mais desfavorecida?(e até lhes dava jeito, sempre eram mais mentes que não se desaproveitavam e a educação é o primeiro passo para bem desenvolver um país). NOPES. Desenvolve alguma forma de não ter tantas pessoas a morrer à fome ou com a quantidade de doenças que grassam pelo país? NOPES. Pensa nalguma forma de melhorar o bem estar da população? NOPES. Mandam um satélite para o espaço para estudar o solo lunar. Isso é que é um grande investimento. Parece que pretendem descobrir alguma forma de energia que possamos utilizar aqui no 3º calhau a contar do sol.(Viável como tudo esta solução, o petróleo vai acabar e agora quero um carro movido ao que quer que exista na lua-e não estou a falar de sonhos).

Sempre a aprender. Hoje aprendi que um governo que tem uma quantidade tão grande de problemas para resolver mas resolve assobiar para o lado enquanto os seus cidadãos morrem de fome e investir em brinquedos caros só pode ter um nome:INDECENTE.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Maybe tomorrow (I'll find my way home)

Às vezes o final chega na exacta forma do começo.

O Outono está de volta. Tal como estão de volta as folhas caídas no chão, montes de laranja para animar uma estação dita cinzenta.

Estão de volta as castanhas assadas, a chuva, os casacos quentes e elegantes, o problema dos bares em que não existe lareira nem espaço para fumadores. E principalmente o frio, os passeios à beira Tejo em dias nublados e a diferença na rotação do planeta (porque às vezes o mundo gira mesmo muito rápido).

Enquanto se viram páginas de um Verão que começou demasiado cedo e que não se quer deixar ir embora, enquanto se tomam decisões permanentemente adiadas mas que chegam por fim, enquanto se suspira e se pensa simplesmente: maybe tomorrow.

sábado, 4 de outubro de 2008

Porque na verdade é só isso que basta




Un Geste de Vous
Le Roi Soleil

"Si j'étais un mystère un mirage
Voudrais-tu me voir apparaître
Je peux être l'enfer dont l'image
Ou dévoiler son contraire
Si j'étais un rêve éphémère que tu devais conquérir
Serai-je une ombre passagère ou ton avenir

Juste un geste de vous et je suivrais le message
Un regard qu'on déjoue et je tournerai la page
Sans rien dire d'un sourire
Faire semblant de ne rien voir
Juste un geste entre nous
C'est ce qu'il me faut pour savoir
Pour m'avoir
Pour m'avoir

Si j'étais un mystère quel courage
Aurais-tu pour me connaître
Je peux être moi-même qu'un visage
Ou te rester étrangère
Si j'étais un loup solitaire que tu devais découvrir
Oserais-tu vraiment le faire sans me prévenir


Comment tu m'attends
Autrement
Que sais-tu de moi

Non que sait un autre que tu vois
Commande un reflet
Diffèrent
Viendrais-tu à moi
Non c'est un autre que tu vois
Un geste de vous "