sábado, 28 de junho de 2008

Muda o teu mundo, eu mudei o meu

Sair com amigas tal como nos bons velhos tempos, perder-me em conversas no Bairro Alto acompanhada da sangria ou da imperial do costume.

Sair à toa sem rumo predefinido mas com a certeza de que me espera uma grande noite.

Ter a comprovação que a simpatia e a boa educação nunca fizeram mal a ninguém e que são grandes mais-valias quando se quer entrar nalgum determinado sítio.

Encontrar pessoas que não vemos há meses e pôr a conversa em dia. Encontrar outras que só vimos uma ou duas vezes mas das quais nos lembramos como se tivesse sido ontem.

Acabar a noite a dançar em excelente companhia, num ambiente relax e com um bom DJ por perto.

Adormecer finalmente e não associar nada disso à pessoa do costume, pela primeira vez em anos.

Sabes? Muda o teu mundo, eu mudei o meu.

terça-feira, 17 de junho de 2008

history repeating itself...

Não soube muito bem se foi um olhar, uma frase, uma conversa, a falta disso ou se foi tudo junto, mas reparou ali em qualquer coisa e de repente fez-se luz.

Recuou mais de uma década aos tempos da teoria da "coisa viva" e percebeu que já tinha visto aquele filme, mas como era possível? Decerto seria só uma trip.

Intuição feminina? Não, apenas perspicácia, daquela que nos atinge como um tsunami.

E é verdade o que dizem, History is always repeating itself.

terça-feira, 10 de junho de 2008

Pac man,Carlão, Mr. Carlos Nobre- O GRANDE

Impressionante como este blog já tem alguns dias e ainda não tinha aparecido por aqui nenhuma referência a esta Grande banda e a este Grande poeta.

Para além da componente musical, há aqui também uma grande componente lírica, e quando eu for grande quero escrever como ele (vá...em bom rigor quando eu for grande quero-o a ele porque também é giro à brava mas pronto...isso agora ainda vinha aqui desvirtuar qualquer coisa e depois dizem que eu sou muito parcial e assim).

A verdade é que podemos pegar num poema qualquer (ou letra, vá...concedo) e olhar para a referido com os mesmo olhos com que olhamos para qualquer outro poema.

Como faço tenções de colocar aqui mais umas coisas dele não me vou alongar em mais elogios por agora, mas para rematar há que dizer que consigo encontrar um som adequado a cada estado de espírito meu, sendo certo que o Sr. Nobre fala sobre isso muito melhor do que eu alguma vez farei-grande vénia!os meus filhos vão estudá-lo na escola ao lado do Eça, do Pessoa, da Florbela e outros que tais.

Por hoje fica aqui um som muito adequado ao meu estado de espírito hoje, grande refrão!

quinta-feira, 5 de junho de 2008

eternamente....

Estive a pensar na maravilha que é ter um blog. De facto devia ter começado há mais tempo.

Podemos partilhar tudo o que nos vem à cabeça, dizer da nossa justiça, desabafar, mostrar os nossos pontos de vista. Sem dúvida que a palavra que mais associo à blogosfera é sem dúvida «partilha». Com os nossos amigos,com conhecidos, com quem quer que seja que resolva utilizar algum do seu tempo para nos ler (e com sorte comentar-curti à brava, és mesmo fixe, continua, vai para casa, não desperdices assim o espaço que existe na net, vê se dormes que fazes melhor).

Nesta senda (ena! andamos a ficar mesmo bem falantes, fazer a 4ªclasse afinal foi mesmo uma mais valia) hoje resolvi partilhar um excerto de um texto simplesmente fantástico.

Chama-se «Eternamente» e está integrado numa espécie de antologia de textos do Miguel Sousa Tavares numa qualquer revista feminina-Não te deixarei morrer David Crocket.

A razão pela qual resolvi por aqui o excerto tem a ver com o que já fez por mim mas também por diversas pessoas que comigo se cruzaram desde que o li.

O autor dispensa apresentações, é um Senhor no verdadeiro sentido da palavra. O que pouca gente sabe, pelo menos quem não tenha tido oportunidade de o ler (sim...ele escreveu outras coisas para além do "Equador") é que é também uma alma sensível sem ser lamechas. A epítome perfeita do frio mas sensível-e eu também vou ser assim quando for grande!

O texto é das prosas líricas mais bonitas que já tive oportunidade de apreciar. Trata-se de uma carta a alguém que se perdeu, que já não está lá, que ficou lá muito atrás no tempo mas que de alguma forma permanece.

Tudo isto sem ser lamechas.

Ler o texto na íntegra num momento menos bom é como estar de ressaca e tomar guronsan, ou ter dores de cabeça e tomar aspirina. Ajuda-nos a perceber que nada se perde, tudo se transforma.

Os momentos que são nossos continuam, o que partilhámos,com quem partilhámos ainda estão onde sempre estiveram.

Como já disse cada vez que estou menos bem dou-lhe uma vista de olhos, mas também cada vez que algum amigo meu está numa fase menos boa é certo e sabido que lá segue uma cópia escrita à mão-eles ficam melhor e o Sr. Tavares usa as palavras bem melhor do que qualquer frase menos própria que me pudesse sair na altura.

Poderia continuar aqui a enaltecer as qualidades desta minha aspirina para alma mas vou-me limitar a transcrever a frase chave que resume bem o espírito do texto. E aconselho vivamente a leitura integral (como não quero ter problemas de direitos de autor aconselho também a compra do livro lol)

«E de novo acredito que nada do que é importante se perde verdadeiramente. Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas, dos instantes e dos outros. Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se apagaram. Não perdi nada, apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre»

Miguel Sousa Tavares- In Não te deixarei morrer David Crocket


quarta-feira, 4 de junho de 2008

terça-feira, 3 de junho de 2008

O sentido de humor da Alta Autoridade para a Concorrência

Não há dúvida que, de facto, podemos ser surpreendidos quando menos esperamos e por quem menos esperamos.

Não sei quanto à generalidade da população portuguesa, mas eu confesso que não estava habituada a associar o humor e a vontade de rir com o trabalho desenvolvido por esta entidade.

Confesso mais, confesso que como economicista que aspiro a ser sempre tive o maior respeito por esta instituição, mais que não seja por que tenta equilibrar o mercado, e bem sabemos o caos que se gera quando não existe nenhuma mão invisível a controlar o que os primeiros economistas diziam que devia ser livre. Já vimos esse filme em 1929 e não foi nada catita.

Tive a honra e o privilégio de aprender com alguns mestres que lá desenvolvem a sua actividade profissional e mais uma vez…não estou nada habituada a vê-los por esse prisma, o do sentido de humor ou pessoas para «me fazerem rir».

Foi pois com o maior dos espantos que recebi a notícia da conclusão do relatório sobre a «eventual» cartelização dos cavalheiros que ganham a vida à custa do petróleo e derivados.

Só pode ser um exercício de humor do mais refinado e sofisticado que há. De outra forma não entendo este relatório.

É verdade que existem muitas variáveis que entram em linha de conta quando analisamos a situação dos combustíveis fósseis hoje em dia, é verdade que o ISP é um escândalo e que o governo opta pela postura da avestruz (aliás…julgo que este animal ficava lindamente no logótipo dos senhores mas eles não querem…seria muito óbvio), também é verdade, no limite dos limites, que se calhar a culpa é mesmo dos contribuintes que deviam ir comprar carros lá fora com outros combustíveis mais ecológicos ou inventarem as suas próprias formas de movimentar os carros – no fundo sabemos que a culpa vai ser sempre nossa, de uma forma ou de outra.

Mas em tudo isto há algo que se mantém: pagamos mais do que a generalidade dos nossos amiguinhos da Europa e o mesmo que os senhores do Norte da Europa (que por sinal têm um poder de compra que bate o nosso aos pontos), e basta ir aqui ao lado para perceber que crise de petróleo e furto são conceitos muito diferentes.

Depois deste rabisco geral posso finalmente explicar porque é que considero que eles têm imenso sentido de humor.

Desde que ocorreu a liberalização que os preços subiram vertiginosamente e, pasmem-se! Ao mesmo o tempo em todo o lado (ou quase).

Que estranho…nenhuma marca se lembrou de aproveitar as subidas alheias e manter os seus preços por forma a ter mais clientes e por aí aumentar as margens de lucro, aquele raciocínio básico que funciona até nas mercearias «ok…diminui a margem de lucro na venda individual mas como vou ter mais clientes vou ganhar mais dinheiro», nada disso, subiram todas e quase sempre ao mesmo tempo –estranho? Não! Comportamento normal na óptica destes senhores.

Descerem todos ao mesmo tempo? Estranho? Não! Comportamento normal.

Preços quase fotocopiados nas principais marcas? Comportamento normal! comportamento normal! Comportamento normal!

E o que é facto é que há bombas que ainda vão tendo preços mais em conta…todavia estão abertas e a lucrar, ou então são só agências de caridade mal disfarçadas e eu não sei…também é possível!

Não é só a alta autoridade para a concorrência que tem muito sentido de humor…cada vez que ouço algum alto quadro da Galp também me rio muito.

Mas esses é por outros motivos…dizem os coitados que têm uma margem de lucro mínima e que passam muitas dificuldades, até queriam baixar mais mas não podem (‘bora lá fingir que não são uma empresa chave em toda esta temática). Pode ter sido imaginação minha mas os relatórios de contas, os balanços e restante parafenália financeira têm vindo a demonstrar a excelente saúde financeira da Galp, facto que até orgulha bastante os seus gestores. Estou confusa, das duas uma: ou têm margens de lucro muito baixas ou estão de plena saúde…

E depois este relatório peca por algo muito pouco difícil de explicar…analisa apenas os últimos 4 meses…muito bem pensado! Porque até há 4 meses atrás quando abastecia o meu carro com, vamos lá…20 euros, o que eu tinha eram 20 litros de gasolina ou talvez mais, claro que sim…o problema só começou há quatro meses e ninguém me atirou areia para os olhos enquanto se aproveitava de um problema estrutural (há pouco petróleo e ponto final , o bem rareia mas a procura aumenta o preço sobe) para o agravar ainda mais e lucrar de forma obscena com isso!

Como já se disse, é lógico que os preços são estabelecidos pela oferta e pela procura mas o que se verifica neste momento é uma despudorada optimização de uma situação grave para benefício de alguns, como se estivessem a cobrar 80 euros por uma aspirina a alguém que está com dor de cabeça.

Falar deste assunto sem falar do ISP também seria irónico mas quanto a isso não há muito a dizer:« BAIXEM ESSA M***A!», já nos vão ao bolso de 1573 formas diferentes mas isso não chega, têm de nos roubar um pouco mais e zás! Atacam logo um ponto que tem influência em tudo o resto, porque a verdade é esta: o pacote de leite que bebem pela manhã não chega ao supermercado de bicicleta e se o petróleo sobe…e se os pescadores não conseguem rentabilizar o trabalho deles…ah…desculpem para isso já o Sócrates já tem solução: vamos importar! É sem dúvida um prazer viver num país governado por um ser arrogante e completamente alheado da realidade. Sabe, Sr, Primeiro Ministro…vem atrasado, 34 anos atrasado! Com certeza que teria tido o maior prazer em governar em tempos de ditadura mas… também já vimos esse filme e não gostámos!