segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

A importância das amigas

Digam lá o que disserem a solidariedade feminina, existe bem como os seus códigos intrínsecos que homem algum alguma vez perceberá.

E quando só nos apetece ir para casa(sendo casa, obviamente, o Porto) para nos atirarmos de uma ponte qualquer (sendo uma ponte qualquer, obviamente, a Ponte da Arrábida, porque é a mais bonita do país) o que nos mantém a respirar são obviamente os nossos amigos. E acho que nunca lhes conseguimos agradecer o suficiente.

«-You have a gift Jack,you do,you see people.»
«-I see you.»
«-And?»
«-You wouldn't have jumped.»

in TITANIC

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

os deuses devem estar loucos

Volta não vira, mas principalmente em épocas festivas eu e umas amigas minhas recebemos um e-mails...como direi? hum...sui generis?

Não fazem parte daquela categoria irritante das correntes (aliás, muito obrigada a todos os que insistem em mandar-me isso, já repararam que nunca recebem mails meus desse género? porque será? talvez porque são lixo electrónico? anyway...nunca foram reenviados e ainda assim eu continuo alive and kicking, e quando os enviei eles não surtiram efeito-dahhhhhh- o amor da minha vida não me telefonou nem me apareceu à porta de casa-o que de resto seria algo estranho tendo em conta a sua inexistência, adiante).

Também não expõem nenhuma teoria da conspiração.

Não surgem em formato power point.

Mas fazem-me sempre rir, lá isso fazem, e dão-me sempre que pensar. Aliás...acho que devo estar a dever dinheiro a alguém porque aqueles e-mails deviam ser pagos (e bem!) pelo serviço que prestam a quem os lê mas principalmente a mim- fico sempre a filosofar durante pelo menos uns 20 minutos.

São enviados directamente do planeta cotonete e são invariavelmente uma delícia! Às vezes,com muita sorte, até trazem algodão docinho e pipoquinhas, e coisinhas fofinhas e tudo o que mais houver no planeta cor de rosa.

Não me estou a queixar, como já disse dão-me imenso que pensar sobre como, ao contrário do que se diz por aí, existem pessoas que mudam, não se revelam, mudam mesmo, sobre a hipocrisia e a fantasia e as falsas aparências e a linha ténue que divide a sanidade da «loucura» e uma série de outros elementos de mundos que eu prefiro não conhecer nem ter qualquer contacto, (mas caramba! VÃO TRABALHAR!).

O que me assusta é que ontem recebi um mail de uma dessas minhas amigas que terminava com uma pergunta que me assustou, depois de breves considerações sobre mais uma pipoca em rosa pastel havia uma questão:«será que somos nós que somos estranhas?»

Deve haver algo muito errado com o mundo quando começamos a ver o altamente irracional repetido à exaustão até ser considerado normal e depois o aceitamos como algo corrente, quando a aparência ganha terreno face às amizades verdadeiras e quando se vive numa ilusão conjunta.Apre! acho que nesse dia vou estar doente e therefore, não poderei marcar presença.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Toda uma lição

«-não faça nada que eu fizesse.»
«-não faça nada que eu tenha feito!»

in Amália-o filme

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Trata do ponto de ebulição (um pouco mais de paciência...)

Há medida que o tempo passa percebo que tenho cada vez menos paciência, ou melhor,que o meu ponto de ebulição vai descendo vertiginosamente.

Há pessoas, momentos, situações que pura e simplesmente não valem a pena. Mesmo.

Não vale a pena confiar no bom senso, ou na pretensa boa educação, ou na eventual cultura.

Tenho como dogma que a paciência se mede pelo ponto de ebulição e pelo período de tempo que conseguimos manter algum frio no meio de algum líquido fervente.

Passo a explicar, por um lado a paciência tem tudo a ver com o tempo que demoramos até atingir o ponto de ebulição, aquele em que estamos a ferver e quem falar leva por tabela porque sabemos que estivemos a marinar algo o tempo suficiente para SABERMOS que temos razão. Por este prisma quanto mais tempo demoramos a atingir o ponto de ebulição mais paciência temos.

Por outro lado temos a paciência que se demonstra durante a fervura, quanto tempo demora até que, atingido o ponto de ebulição, a pessoa em causa abandonar essa situação.

Se formos pelo primeiro critério, sei que a minha paciência é tão grande que se transforma num defeito.

Se acreditarmos no segundo então o meu nível de paciência é zero.

Hoje tive um dia que me fez reflectir em todos estes prismas e percebi que a paciência é uma dádiva que só devemos fornecer a quem merece, a quem vale a pena, a situações em que valha a pensa investir.

Por capítulos, hoje percebi que:

-não tenho paciência para continuar a ver talento (do verdadeiro e não do fabricado através de meios artificiais) deitado à rua. tenho uma amiga, com quem trabalhei numa determinada instituição bancária, que transpira talento para a actividade dela por todos os poros. uma das primeiras conversas que tivemos foi sobre um projecto que ela tinha para melhorar os resultados de uma equipa através da psicologia. o que faz este país?aproveita esta profissional para potenciar resultados ou tenta fazer a máxima exploração possível? Segunda hipótese, e eu já não tenho paciência para estas políticas da treta, esta forma de pensar generalizada.

-não tenho paciência para pessoas mal educadas, o meu ponto de ebulição é muito alto mas mais tarde ou mais cedo é atingido e eu simplesmente desisto dessa pessoa. não tenho pachorra. tenho duas amigas que ainda acreditam no poder do diálogo, acreditam piamente que uma boa conversa pode ter algum resultado. dou por mim a ouvi-las com um sorriso porque também gostava de acreditar nisso. todavia aprendi que há pessoas com quem simplesmente NÃO RESULTA, podemos dizer a mesma coisa mil vezes mas há pessoas com quem simplesmente não resulta e nesse caso há que desistir.a ignorância aliada à casmurrice arrogante...não há paciência.

-não tenho paciência para pessoas que provocam pela calada e que no fim das contas «estão só a brincar», o ponto de ebulição para esses chega cedo, bem como a minha desistência.

-não tenho paciência para perdas de tempo, em transportes públicos, por exemplo,há coisas que não se admitem...estar 20 minutos à espera de um comboio, por exemplo. não é assim que se promovem os transportes públicos. quem sofre é o meio ambiente e a produção per capita deste país (tempo é dinheiro).

-não tenho paciência para a falta de cortesia geral, em todo mas todo o lado,já ninguém diz «com licença», «obrigado», já ninguém se levanta para dar o lugar (e é esquisito quando o fazemos), ninguém dá prioridade, toda a gente fala como se fosse o (a) dono(a) da verdade, toda a gente julga toda a gente.

Enfim...podia estar aqui o resto da noite a enumerar situações nas quais a minha paciência se esgota mas por agora fica aqui um tema que encara a paciência como uma atitude perante a vida, um exercício que tenho de realizar.